A entrada da BYD no Brasil não está a correr exatamente como o planeado: a fabricante automóvel chinesa, que está atrasada na inauguração da sua primeira unidade na América do Sul, foi alvo de uma denúncia do Ministério do Trabalho do Brasil por “tráfico internacional de pessoas” – dois subcontratados chineses também foram alvo do procedimento. As condições de trabalho dos trabalhadores no local são particularmente criticadas.
Por coincidência, a BYD e duas de suas subcontratadas estão a ser processadas por alegados maus-tratos a funcionários da fábrica de Camaçari, no Brasil, no momento em que a gigante chinesa descarregou o maior carregamento de carros novos da história dos dois países com o seu próprio navio, carregado com mais de 7.200 carros elétricos.
As condições de trabalho dos cerca de 220 funcionários envolvidos na construção da primeira fábrica da BYD na América do Sul pareciam muito precárias. O Ministério do Trabalho, que apresentou a denúncia, teria “resgatado” trabalhadores que dormiam em colchões, com passaportes confiscados e por salários extremamente baixos. Dias de trabalho intermináveis, apenas uma casa de banho para muitos trabalhadores, as condições são precárias para esses chineses expatriados, condições que a inspeção do trabalho descreveu como “semelhantes à escravidão moderna”. Além disso, esses funcionários teriam chegado ao Brasil em situação irregular, com vistos que não correspondiam ao que iriam fazer lá.
O Ministério do Trabalho pede 257 milhões de reais (40 milhões de euros) por “danos morais coletivos”, mas também pede que cada trabalhador seja indemnizado individualmente. Embora a BYD não esteja diretamente envolvida, a gigante chinesa ainda é considerada corresponsável pela situação, já que os subcontratados trabalham para ela.
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