A Câmara Municipal de uma cidade espanhola abandonou os carros elétricos após um incêndio

A Câmara Municipal de uma cidade espanhola abandonou os carros elétricos após um incêndio

Após um incêndio num carro elétrico, a Câmara Municipal da cidade de Calpe, em Alicante, Espanha, decidiu não renovar o contrato de aluguer que tinha para a sua frota.

Quando ainda não ocupavam uma parte significativa das estradas e o público estava ainda a conhecê-los, os carros elétricos envolveram-se, algumas vezes, em polémicas relacionadas com a probabilidade de se incendiarem. De facto, por ver alguns modelos a serem retirados de circulação por este motivo, o público nutriu desconfiança.

No entanto, em 2023, com as vendas de carros elétricos a aumentar, a par da experiência e do feedback dos condutores, a Noruega já conseguia traçar um histórico. Na altura, vimos que o receio relativamente aos incêndios não era justificado.

A corroborá-lo está o Gabinete de Estatísticas de Transportes e o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos, que estimam que, de cada 100.000 carros elétricos vendidos, apenas 25 pegam fogo.

Em comparação, de cada 100.000 térmicos, 1530 pegam fogo – número que sobe para 3475 no caso dos híbridos.

Entretanto, um incêndio num carro elétrico foi o suficiente para a Câmara Municipal de Calpe, em Alicante, Espanha, decidir não renovar o contrato de aluguer que mantinha para a sua frota.

 

Incêndio em carro elétrico “foi um caso pontual”

Conforme relatado pela imprensa espanhola, a Câmara Municipal de Calpe anunciou que não renovará o contrato de aluguer dos carros elétricos da sua frota municipal, após “um caso pontual”, em que um deles pegou fogo enquanto carregava na avenida de Ifach, em frente à fachada da Câmara Municipal.

Fonte: Cadena SER (2025)

Durante a sessão plenária municipal, a presidente Ana Sala informou que a Câmara Municipal deixará de utilizar veículos elétricos a partir do próximo mês de novembro, quando expirar a prorrogação do atual contrato de aluguer.

Segundo a presidente, esta decisão representa uma mudança de critério relativamente aos últimos oito anos – período em que este tipo de veículos foi utilizado de forma contínua.

Ainda de acordo com Ana Sala, os carros elétricos serão substituídos por outros modelos com tecnologias de propulsão diferentes: “Se tiverem de ser a gasolina, gasóleo ou o que tiver de ser, ou hidrogénio verde, aquele que existe agora, que está na moda… não sei, nem conheço, nem compreendo; isso deixo para os especialistas”.

Com este anúncio, a Câmara Municipal de Calpe abandona temporariamente a mobilidade elétrica na sua frota oficial, numa decisão que suscitou questões sobre o compromisso ambiental da Câmara. Afinal, em Espanha, especificamente, há várias administrações públicas a apostar na descarbonização dos transportes institucionais.