Quatro piscas para sinalização? Bentley prefere um drone que sai do seu emblema

Quatro piscas para sinalização? Bentley prefere um drone que sai do seu emblema

A Bentley, conhecida pelo seu luxo e inovação, considera a sinalização tradicional de emergência pouco elegante. Para responder a este “problema”, a marca britânica patenteou uma solução interessante: um drone que sai diretamente do seu icónico emblema.

Uma inovação interessante por parte da Bentley

Enquanto a discussão global se centra na substituição dos triângulos de pré-sinalização por luzes intermitentes – uma solução que carece de consenso -, as fabricantes de automóveis de luxo já exploram alternativas significativamente mais avançadas.

A Bentley, por exemplo, registou a patente de uma ideia que eleva a fasquia: um drone multifuncional integrado no capô do veículo, pronto a descolar em caso de avaria para sinalizar a posição do automóvel ou para outros fins.

Esta proposta, concebida pelo engenheiro José María Ortega Hernández, prevê a integração de um pequeno drone sob o famoso emblema “Flying B” presente na grelha frontal de todos os modelos da marca. Perante uma avaria ou mediante solicitação do utilizador, este emblema poderia levantar voo, pairar sobre o veículo, e indicar a sua localização.

Como funcionará?

Segundo Ortega Hernández mencionou no podcast The BundCast, a sua invenção permitirá que o próprio emblema descole graças a quatro rotores incorporados na sua base e um peso inferior a 250 gramas. Prevê-se que possa estar disponível como um extra nos modelos da Bentley a partir de 2027.

Crucialmente, com este sistema de “insígnia voadora” patenteado, qualquer outra marca de automóveis de luxo, como a Rolls-Royce ou a Jaguar, que também ostentam insígnias proeminentes e pretendam adotar um conceito parecido, terá de negociar uma licença de utilização com a Bentley.

O drone integrado no capô dos Bentley poderá ser ativado tanto a partir do interior como do exterior do veículo. As suas utilidades são diversas:

  • Auxiliar na procura de lugares de estacionamento e guiar o condutor até eles;
  • Oferecer uma perspetiva elevada da via;
  • Sinalizar o veículo em situações de emergência;
  • Guiar o condutor em condições de fraca visibilidade até ao automóvel.

Adicionalmente, o drone permitirá aos utilizadores captar vídeos e selfies aéreas para partilha em redes sociais, o que confere um toque exclusivo à experiência de possuir um Bentley. A marca antecipa que esta tecnologia possa equipar modelos como o Continental ou o Bentayga a partir de 2027, desde que ultrapasse os testes regulatórios e de segurança.

Desafios e limitações legais

O principal obstáculo à integração deste sistema reside nas diversas normativas de voo para este tipo de aeronaves. O drone “Flying B” foi concebido para ter um peso inferior a 250 gramas, o que o isenta de muitas das restrições de voo mais rigorosas. Contudo, outras terão de ser respeitadas.

Por exemplo, em muitos países europeus, é obrigatório obter certificação para operar drones, mesmo os de pequena dimensão, em determinadas categorias, seguindo as diretrizes da European Union Aviation Safety Agency (EASA).

Existem geralmente limites de altitude (frequentemente 120 metros) e distância horizontal, e é proibido voar sobre parques nacionais, reservas da biosfera e outras áreas protegidas. A exigência de um seguro de responsabilidade civil e a marcação específica do drone (como a classe C0) são também comuns.

Dado que o drone virá equipado com uma câmara de vídeo, a legislação sobre Proteção de Dados (como o RGPD) também se aplica. As autoridades de proteção de dados advertem que a informação captada pode afetar os direitos das pessoas, sendo necessário, por exemplo, desfocar rostos ou matrículas em imagens divulgadas publicamente.

 

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