O conflito no Médio Oriente deverá ter repercussões, globalmente, com os analistas a avisarem sobre o aumento do preço do petróleo. Atualmente, nos 80 dólares por barril, o valor pode subir para mais de 100 dólares.
A história ensina que o impacto dos conflitos e guerras vai além das fronteiras dos países envolvidos. Em mais um exemplo disso poderá estar o preço do petróleo, agravado pelo ataque dos Estados Unidos ao Irão.
Alguns analistas admitem que o valor associado a um barril de petróleo, atualmente nos 80 dólares, pode vir a ultrapassar os 100 dólares.
A ligação entre o Médio Oriente e os mercados mundiais, no transporte de petróleo e de gás natural liquefeito, é feita pelo estreito de Ormuz, na costa do Irão.
Conforme informámos, trata-se de uma estreita passagem marítima situada entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, separando o Irão (a norte) dos Emirados Árabes Unidos e Omã (a sul).
É por ali que passa 30% do comércio mundial de petróleo por via marítima e 20% do comércio mundial de gás natural – pelo menos 80% deste último vai para a Ásia, com os restantes 20% a seguirem para a Europa.
Petroleiros a passar pelo Estreito de Ormuz, em dezembro de 2018. Crédito: Hamad I Mohammed, via Reuters
No ano passado, segundo a imprensa, a média diária de petróleo e produtos petrolíferos transportados através do estreito foi de mais de 20 milhões de barris, o equivalente a cerca de 40 petroleiros por dia.
Por sua vez, o volume médio de gás transportado foi de 290 milhões de metros cúbicos.
Preço dos combustíveis disparam esta semana
Na sexta-feira, informámos relativamente à subida dos combustíveis prevista para esta semana.
A partir de hoje, os preços indicativos apontam para uma subida de 8 cêntimos no preço do gasóleo e de 3 cêntimos no valor da gasolina.
Entretanto, este fim de semana, o Financial Times escreveu que o conflito no Médio Oriente atirou as cotações do gasóleo e do combustível de aviação para um máximo de 15 meses, de acordo com dados da plataforma Argus, especializada em matérias-primas.
Um especialista da Argus citado pelo jornal indicava, segundo o Expresso, que quaisquer problemas no Estreito de Ormuz afetarão em particular o fornecimento de gasóleo à Europa, já que no ano passado um quinto do gasóleo rodoviário europeu veio do Golfo, de produtores como a Arábia Saudita, Koweit e Emirados Árabes Unidos.