Viajar de avião com uma poderosa bateria dá jeito, no aeroporto podem não gostar

Viajar de avião com uma poderosa bateria dá jeito, no aeroporto podem não gostar

O Pplware tem acompanhado muitos eventos internacionais. Como tal, com mais de 30 voos só este ano, e mais de 100 se somarmos o ano de 2024, há coisas que já se tornaram rotina. Por exemplo, levar power banks porque, nalgum evento, vamos estar à míngua de energia e sempre com o telefone na mão. Por isso, uma bateria grande dá sempre jeito. A não ser, que a segurança do aeroporto contrarie a etiqueta que diz “Airline Safe”. Sim, há limites, mas como podemos conhecê-los?

Atenção aos power banks nos aeroportos

A ideia quando estamos a fazer a mala de cabine é levar coisas simples, roupa interior, camisas que não engelhem, umas calças, uma t-shirt ou duas, um casaco se estiver frio, cabos, carregadores e um power bank. Há várias opções, um de 93.5Wh, ou outro de 30.000mAh.

Ok, é hora de “embalar” tudo, nada ilegal, nada de frascos com mais de 100 ml, nada pontiagudo… siga.

Chegado ao aeroporto, vamos ao controlo, tirar o cinto, carteira, smartphone, meter a mala no cesto e…. surpresa: não pode passar com uma bateria tão grande. Pronto, já ficou confiscada e lá ficamos sem ela!

Sim, há limites para baterias externas, tal como há para os líquidos. Vamos então conhecer estes limites para evitar dissabores.

Regulamentos aéreos

A IATA (International Air Transport Association) é a organização comercial global da maioria das companhias aéreas do mundo. Representa mais de 350 companhias aéreas em 120 países (ou seja, 80% do tráfego aéreo mundial) e entre as suas muitas tarefas está a promoção de normas de segurança.

É na 66ª edição do Regulamento de Mercadorias Perigosas da IATA que são definidos os limites para as baterias de lítio e de iões de lítio (PDF).

Limites definidos:

  • Máximo de duas baterias externas até 100 Wh cada uma, sempre na bagagem de mão, nunca no porão.
  • Se forem baterias não derramáveis: até 12V e 100 Wh, máximo duas por pessoa.
  • Entre 100 e 160 Wh, só com aprovação da companhia aérea (máximo duas).
  • Acima de 160 Wh, regra geral: proibido transportar.

Mas… e os mAh?

As marcas indicam a capacidade das baterias em mAh (miliamperes-hora), mas a IATA utiliza Wh (watts-hora) para definir os limites de segurança nos voos, uma vez que esta unidade mede a energia total armazenada.

Para converter mAh em Wh, utiliza-se a fórmula:

Wh = (mAh × V) ÷ 1000

Assumindo uma tensão nominal comum de 3,7 V (presente na maioria dos power banks), uma bateria de 20.000 mAh equivale a:

(20.000 × 3,7) ÷ 1000 = 74 Wh

Dado que o limite da IATA é de 100 Wh, a capacidade máxima teórica ronda os 27.000 mAh. No entanto, para evitar problemas no embarque, recomenda-se optar pelos power banks entre 20.000 e 25.000 mAh. Atente que não deve levar mais que 2 por passageiro.

Atenção: estas regras são gerais. Cada companhia pode ter variações. Em caso de dúvida, são as regras da transportadora que vigoram.

Exemplos:

  • Hong Kong: proíbe carregar power banks nos assentos ou usar durante o voo.
  • Coreia do Sul: exige que tenha a bateria sempre consigo (não no compartimento superior).
  • China Airlines e Singapore Airlines: proíbem o uso durante o voo.
  • China (voos domésticos): a partir de 28 de junho de 2025, só com certificação 3C (similar ao CE europeu).

Conclusão:

Além dos limites em Wh, em mAh há também o limite em unidades. Por vezes, as companhias aéreas mudam as regras e têm esse direito.

Portanto, se estivermos dentro do intervalo de segurança, a probabilidade de nos chatearmos com a segurança de uma aeroporto é menor.

 

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