Melhores salários, menos desemprego: Randstad faz radiografia ao setor automóvel português

Os salários no setor automóvel cresceram 8,1% num ano, impulsionados sobretudo pelo segmento da produção, que paga, em média, mais 25% do que o comércio de veículos. A conclusão é do mais recente estudo da Randstad Research, que traça uma radiografia detalhada ao mercado de trabalho neste setor estratégico da economia portuguesa.

Melhores salários, menos desemprego: Randstad faz radiografia ao setor automóvel português

Os salários no setor automóvel cresceram 8,1% num ano, impulsionados sobretudo pelo segmento da produção, que paga, em média, mais 25% do que o comércio de veículos. A conclusão é do mais recente estudo da Randstad Research, que traça uma radiografia detalhada ao mercado de trabalho neste setor estratégico da economia portuguesa.

De acordo com o relatório, no primeiro trimestre de 2025, o setor empregava 203,2 mil pessoas, o que representa 3,9% do emprego total em Portugal. Apesar de modesta, a subida de 0,2% face ao trimestre anterior é sustentada pelo crescimento de 1,7% na produção automóvel, que contrastou com uma quebra de 0,5% no comércio, manutenção e reparação de veículos.

A produção automóvel, embora represente apenas 35,4% dos empregos do setor (72 mil pessoas), destaca-se pelo seu peso tecnológico, maior concentração geográfica e melhores salários. Em 2023, a remuneração média na produção atingiu 1.759,95 euros, face aos 1.426,67 euros praticados no comércio – uma diferença de 332 euros mensais.

A análise da Randstad sublinha que, nos últimos 20 anos, os salários no setor aumentaram 61,9%, refletindo a valorização do capital humano e a procura crescente por talento qualificado. No entanto, o setor continua a apresentar um forte desequilíbrio de género: 77% dos trabalhadores são homens (156,5 mil), face a 23% de mulheres (46,7 mil), uma distribuição que contrasta com a quase paridade no conjunto da economia nacional.

Portugal destaca-se ainda no contexto europeu pelo peso do setor automóvel no emprego, superando em 0,7 pontos percentuais a média da União Europeia. Apenas países como Alemanha, Polónia e Eslováquia registam proporções superiores.

No que toca ao desemprego, o setor representa apenas 2% do total de inscritos nos centros de emprego. Em fevereiro deste ano, havia 6.046 desempregados do setor, com uma tendência inversa entre os segmentos: o desemprego caiu no comércio (2.528 pessoas), mas aumentou na produção (3.518 pessoas).

Geograficamente, o Norte lidera em volume de desemprego no setor automóvel, mas é no Centro que o setor representa a maior fatia face ao desemprego total da região (2,9%). Já Lisboa evidencia disparidades marcadas entre os segmentos da produção e do comércio.

O setor automóvel é dominado, em número de empresas, pelo comércio, manutenção e reparação (33.449 empresas), enquanto a produção está concentrada em apenas 680 empresas, que, mesmo assim, empregam 42.892 pessoas. Um pequeno grupo de 45 empresas industriais concentra mais de 33 mil empregos, revelando a elevada escala do segmento da produção.

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