Os carros chineses já foram conhecidos por serem apenas cópias de carros ocidentais. Muitos deles eram instáveis, com designs desleixados e motores que tendiam a apresentar defeitos. A segurança também não era uma prioridade, mas isso mudou drasticamente nos últimos anos, relatou esta segunda-feira o site especializado ‘Motor1’.
Isso mesmo pode ser observado nos últimos resultados dos testes de colisão na Europa – tidos como os mais rigorosos do mundo -, que deixaram claro que mais do que nunca as empresas chinesas estão a revolucionar o mercado automóvel.
Cinco estrelas. É isso que a maioria das marcas procuram quando lançam um carro novo, assim como os clientes preocupados com a segurança. A classificação de segurança em testes de colisão do Euro NCAP, juntamente com as suas contrapartes globais, como o Latin NCAP e a ANCAP, é o padrão ouro do setor e um critério que pode determinar o futuro de um fabricante emergente. O mesmo se aplica aos testes americanos do IIHS e do NHTSA.
Então, aqui vai um choque de realidade. Dos 28 carros testados pelo Euro NCAP este ano, 18 receberam a cobiçada classificação de cinco estrelas, e 13 deles foram fabricados na China. Além disso, dos modelos cinco estrelas, 11 são veículos elétricos fabricados na China.
Embora alguns dos modelos desta lista sejam produtos de empresas europeias ou americanas, como o Tesla Model 3, o Mini Cooper E e o Polestar 3, não há como negar que a engenharia por trás deles se beneficiou de uma contribuição chinesa significativa. Além disso, não podemos esquecer que um bom número de fabricantes chineses também passaram no teste, incluindo Zeekr, Voyah, Geely, Cherry, Hongqi e Jaecoo. A MG, de origem britânica, mas com sede na China, também tem um veículo elétrico cinco estrelas.
Para os aficionados automóveis, há um episódio antigo do programa ‘Top Gear’ no qual os dois apresentadores foram à China para testar os carros do país: digamos que não ficou a melhor impressão. No entanto, nesse mesmo episódio, que foi para o ar há mais de uma década, os apresentadores concordaram que um dia “todo o mundo vai conduzir carros chineses”, dado o ritmo de progresso do setor.
A China conseguiu, dessa forma, deixar de ser motivo de gozo na indústria automóvel para se tornar líder em propulsores elétricos, sistemas de infoentretenimento e, agora, classificações de segurança. OU seja, as marcas ocidentais têm agora de alcançar um país que antes dominavam.
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