A Stellantis anunciou que descontinuará o seu programa de desenvolvimento de células de combustível de hidrogénio e não lançará mais veículos movidos a hidrogénio este ano. Na base da decisão estão motivos como a disponibilidade limitada de infraestrutura de reabastecimento e os altos requisitos de investimento.
Esta semana, a Stellantis anunciou que descontinuará o seu programa de desenvolvimento de células de combustível de hidrogénio, numa decisão que levanta preocupações relativamente ao futuro da subsidiária dedicada à tecnologia, a Symbio.
A decisão deveu-se à disponibilidade limitada de infraestrutura de reabastecimento de hidrogénio, ao elevado investimento exigido e à necessidade de incentivos de compra mais fortes para os clientes.
O mercado do hidrogénio continua a ser um segmento de nicho, sem perspetivas de sustentabilidade económica a médio prazo.
Afirmou Jean-Philippe Imparato, diretor de operações para a Europa alargada, num comunicado oficial.
Conforme assegurou, a fabricante de automóveis teve de “tomar decisões claras e responsáveis para garantir a nossa competitividade e satisfazer as expectativas dos nossos clientes com a nossa ofensiva de veículos elétricos e híbridos de passageiros e comerciais ligeiros”.
O grupo afirmou ainda que não prevê a adoção de veículos comerciais leves movidos a hidrogénio antes do final da década.
Futuro da subsidiária da Stellantis dedicada ao hidrogénio é incerto
Os fornecedores de peças automóveis Michelin e Forvia afirmaram que a decisão da Stellantis foi uma surpresa e que teria “graves consequências operacionais e financeiras”.
Afinal, a Stellantis é o seu principal cliente, representando quase 80% do volume de negócios da Symbio, segundo a Forvia.
Por sua vez, “a principal preocupação da Michelin reside no impacto que isto terá nos funcionários da Symbio, tanto em França como no estrangeiro”, de acordo com a fabricante de pneus, num comunicado.
A Symbio emprega mais de 650 pessoas, e abriu uma gigafábrica no leste da França em 2023, bem como uma nova unidade na Califórnia.
Segundo avançado, a Stellantis iniciou discussões com os acionistas da subsidiária para avaliar as consequências atuais no mercado e preservar os melhores interesses da joint venture, na qual a Stellantis adquiriu uma participação em 2023.
De recordar que a produção em série da nova gama Pro One da Stellantis estava prevista para começar no verão em Hordain, em França, e Gliwice, na Polónia.