A União Europeia (UE) chegou a um acordo com os Estados Unidos da América (EUA), terminando – ou suspendendo, pelo menos – um impasse comercial que durava há alguns meses. O consenso entre “as duas maiores economias do mundo” impactará particularmente a indústria automóvel e dos semicondutores.
Após meses de negociações e incertezas, os EUA e a UE chegaram a um novo acordo comercial, que remodelará não apenas a indústria automóvel, mas outras, como a dos semicondutores e produtos farmacêuticos.
Na véspera de uma recente reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o Presidente Donald Trump ameaçou a UE com taxas de 30% a partir do dia 1 de agosto.
Contudo, as duas partes concordaram com uma taxa de 15% a ser aplicada à maioria dos produtos europeus.
Conseguimos uma taxa única de 15% para a grande maioria das exportações da UE. Esta taxa aplica-se à maioria dos setores, incluindo automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.
Escreveu Ursula von der Leyen, numa declaração oficial, acrescentando que “estes 15% são um limite máximo claro”, pelo que não haverá acumulação; está “tudo incluído”.
Desta forma, o acordo “proporciona a clareza tão necessária aos nossos cidadãos e empresas”, num passo “absolutamente crucial”.
“Alívio tarifário” permitirá às empresas da UE planear e investir
Além das taxas de 15%, os dois líderes acordaram taxas zero para uma série de produtos estratégicos: aeronaves e peças componentes, determinados produtos químicos, determinados genéricos, equipamento semicondutor, determinados produtos agrícolas, recursos naturais e matérias-primas essenciais.
Entretanto, a presidente da Comissão Europeia assegurou que vai continuar a trabalhar para alargar esta lista.
Relativamente ao aço e ao alumínio, uma vez que a UE e os EUA enfrentam o desafio externo comum do excesso de capacidade global, trabalharão em conjunto para garantir uma concorrência global leal.
Para reduzir as barreiras entre si, as taxas serão reduzidas e será implementado um sistema de quotas.
Mais do que isso, as duas potências chegaram a um acordo no domínio da energia: a UE comprometeu-se a comprar energia aos EUA no valor de 638 mil milhões de euros, substituindo o gás e petróleo russos por gás liquefeito GNL, petróleo e combustível nuclear norte-americanos.
As compras de produtos energéticos dos EUA irão diversificar as nossas fontes de abastecimento e contribuir para a segurança energética da Europa.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, este acordo cria “mais previsibilidade para as nossas empresas”, que, “nestes tempos turbulentos”, serão capazes de planear e investir.
Na sua perspetiva, o acordo assegura um “alívio tarifário imediato”.