Ao volante você é provavelmente bem mais perigoso do que imagina… e por um motivo que (quase…) ninguém liga

No verão, milhares de europeus fazem-se às estradas para o gozo de férias: são longas horas de condução - e até de trânsito - até chegar ao destino, o que obriga a levar em consideração o efeito da sonolência ao volante

Ao volante você é provavelmente bem mais perigoso do que imagina… e por um motivo que (quase…) ninguém liga

Responsável por 30% dos acidentes rodoviários, a sonolência ao volante continua a ser um perigo subestimado. Uma experiência conduzida num simulador mostrou o quanto os reflexos se deterioram sem que se dê conta… e até mesmo os condutores mais experientes se superestimam.

No verão, milhares de europeus fazem-se às estradas para o gozo de férias: são longas horas de condução – e até de trânsito – até chegar ao destino, o que obriga a levar em consideração o efeito da sonolência ao volante. Os resultados de estudo da associação francesa para a defesa dos condutores ’40 Million Motorists’ causou arrepios: um em cada dois franceses admitiu já ter passado ‘pelas brasas’ enquanto conduzia, e 38% já tiveram medo de causar um acidente devido à forte vontade de dormir. Mais: conduzir após uma noite sem dormir equivale a um nível de álcool no sangue de 0,9 g/l.

No entanto, os condutores não percebem a fadiga é um fator tão crítico como o álcool. É, portanto, para ilustrar esses efeitos invisíveis que a associação desenvolveu uma experiência única – que pode consultar neste vídeo.

Três condutores com perfis muito diferentes (com 69, 45 e 21 anos) tomaram os seus lugares a bordo de um simulador Develter durante seis horas, num percurso de 720 km em autoestrada, parcialmente à noite. Graças a sensores de trajetória e um sistema de rastreamento ocular, o comportamento dos três foi analisado ao detalhe: distâncias de segurança, desvios de faixa, vigilância ocular e frequência de consulta aos espelhos retrovisores ou ao painel.

Os resultados foram esclarecedores: os desvios de faixa explodem a partir da 3ª hora de condução – um dos participantes atingiu os 146 desvios, e outro 141.

Entre os outros comportamentos perigosos observados, as distâncias de segurança mostraram-se insuficientes durante mais de 3 horas e foram observados centenas de microfechos dos olhos. Tudo somado, representou até 18 minutos de condução com os olhos fechados para a condutora de 21 anos, uma responsável da comunicação da associação – no total, passou uma hora a olhar para os espelhos retrovisores ou para o painel do carro.. e não para a estrada!

O que destacou esta experiência é que a perceção dos condutores sobre o seu estado de alerta é amplamente distorcida. Mesmo sem realmente adormecer, o simples ato de lutar contra a fadiga prejudica os reflexos e a concentração. E, portanto, a segurança.

A fadiga impacta todos os parâmetros-chave da condução: distância de travagem, permanecer na faixa, ler placas, prestar atenção aos outros condutores na estrada, etc. A única solução continua a ser a prevenção: fazer uma pausa a cada duas horas e parar ao menor sinal de alerta: pálpebras pesadas, bocejos, perda de concentração, tendência a desviar, etc.

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