A 20ª edição do Caramulo Motorfestival, levada a cabo pelo Museu do Caramulo, regressa à serra esta sexta-feira: são esperado mais de 40 mil visitantes ao longo do fim de semana para um dos maiores festivais motorizados em Portugal.
Para a mítica Rampa Histórica do Caramulo, há um número recorde de mais de 170 automóveis inscritos, divididos entre as categorias Speedmasters e Chronomasters. John Watson, antigo piloto de Fórmula 1, é uma das estrelas do evento, a par de consagrados pilotos portugueses como Carlos Palma, Carlos Tavares, Fernando Peres e Nuno Rodrigues da Silva. Edgar Fortes está de regresso à serra do Caramulo com o Renault 5 GT Turbo com que conquistou o título nacional de Velocidade Grupo N em 1985. Junte-se ainda Pedro Salvador, Vítor Pascoal e ainda Nuno Caetano para perceber que será um fim de semana de emoções fortes.
Como tal, Salvador Patrício Gouveia, presidente do Conselho de Administração do Museu do Caramulo, falou à ‘Executive Digest’ para ‘apresentar’ um dos eventos nacionais mais desejados e aguardados pelos amantes do automobilismo.
Que expectativas tem o Museu do Caramulo para a edição deste ano? Em termos de público, participação, bólides, iniciativas, no bolo global, espera-se a maior edição de sempre?
“Sendo a 20ª edição do Caramulo Motorfestival, esperamos que seja uma edição verdadeiramente especial em todos os sentidos. Desde logo, nos cerca de 40 mil visitantes que ocorrem à serra do Caramulo todo os anos, mas também os números que já são confirmados, como por exemplo os participantes na Rampa Histórica do Caramulo, que ultrapassa os 170, o melhor número de sempre. Mesmo contando com as rampas do antigamente, dos anos 70 e 80, e com as do Motorfestival, nunca tivemos um alinhamento tão grande e tão bom em termos de qualidade e variedade de automóveis.
Depois, há todas as outras atrações: o Air Show, a Feira da Automobilia, à Bikers Ville, zona dedicada para as motos, às exposições temporárias e, obviamente, a exposição especial dedicada à II Guerra Mundial, que está no Museu do Caramulo e este ano apresenta um segundo pavilhão, nunca antes mostrado. Foi necessário recolocar todos estes veículos militares, e será também uma grande surpresa para quem nos visita.
Por último, os clássicos do Motorfestival: a pista de todo-o-terreno, as exposições, os parques clássicos e os parques de assistência, onde se podem ver todas as equipas, preparadores e pilotos. Todo este conjunto de atividades em paralelo é o que faz o Caramulo especial e este ano vamos todos festejar juntos a maior edição motorizado em Portugal.”
2º Quais são os pontos fortes do festival, os que levam mais pessoas ao Caramulo? E o que podem contar este ano?
“Sobre os pontos especiais e diferenciadores, este é um ambiente único que não dá para explicar, só dá para perceber quem vem cá. É o facto de serem três dias com atividades diferentes, é o facto de ser um festival gratuito e acessível, qualquer pessoa pode vir. E ser um ambiente familiar. É um evento baseado na paixão motorizada, mas é um evento que tem muitas coisas para se fazer em família. Mesmo quem não gosta de carros, pode vir cá passar uns dias muito agradáveis.”
3º Quais são os ‘carros mais fascinantes’ com a presença confirmada na edição deste ano? Que surpresas tem a organização preparadas?
“Este ano temos um conjunto alargado de pilotos convidados, entre eles John Watson, que foi piloto de Fórmula 1 pela McLaren, Lotus, entre outras equipas. Temos o Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis, mas acima de tudo um grande ‘petrolhead’ [amante de carros]. Temos o Pedro Salvador, que já foi recordista da Rampa, temos pilotos da ‘velha guarda’ – Edgar Fortes, Vítor Pascoal, Fernando Peres. Temos pilotos de todas as gerações, de carros e motos, e temos um alinhamento de automóveis de luxo na Rampa: LaFerrari, Ford Mustang, Lancia Delta Martini, carros com mais de 100 anos, temos o mítico Mercedes-Benz SL Gullwing. Temos um alinhamento espetacular, muitos destes automóveis não vão a mais eventos, só é possível vê-los no Caramulo Motorfestival e isso constitui uma oportunidade única.”
4º Qual é o impacto do evento na vida do museu?
“O impacto é enorme: em regra, o museu recebe entre 10 e 20% das suas entradas anuais nestes três dias. Aliás, um dos grandes desafios é conseguirmos acomodar tanta gente e reforçar a equipa, a infraestrutura, para os visitantes absorverem tudo das nossas exposições sem se atropelarem. É uma enchente que todos os anos acolhe ao Museu do Caramulo, por isso temos cuidado em termos exposições diferenciadas a cada ano, para que os repetentes do Motorfestival tenham vontade de regressar.
Este ano, temos duas grandes exposições: uma chama-se ‘II Guerra Mundial ao vivo e a cores’, com 36 veículos originais, e a segunda é dedicada ao bicampeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, a sua coleção que se tornou residente com as suas Fórmulas, incluindo a da F1 ao Indianapolis, onde foi campeão, incluindo um carro que só chegou esta quinta-feira, o Match Williams de 1972.”
5º Agora num lado mais pessoal, de quem acompanha o festival há anos, quer partilhar algumas histórias vividas no evento que o tenham marcado?
“Sobre as histórias em relação ao Motorfestival, há muitas. Em 19 edições feitas até agora, já nos aconteceu de tudo, de bom e de mau, coisas inesperadas e surpresas boas. Mas diria que que o mais me marcou é a forma como este evento reúne e congrega toda a vila do Caramulo: desde os voluntários que se juntam à equipa para montar esta estrutura gigante para receber as pessoas, mas todas as pessoas do Caramulo são também anfitriãs deste evento: participam nele, mesmo que só através do seu negócio. O evento une toda a vila, esse sentimento e esse fator agregador é extraordinário, um espírito espetacular de todas as pessoas e de todas as gerações.”
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