O Conselho de Administração da Tesla propôs hoje um plano de remuneração para o seu presidente, Elon Musk, que lhe renderá um bilião de dólares (858 mil milhões de euros), sob determinadas condições.
O plano, que tem uma duração de dez anos e deve ser aprovado pelos acionistas, prevê a concessão de ações a Elon Musk com base na valorização bolsista alcançada pela Tesla, de acordo com um documento publicado no ‘site’ da autoridade reguladora do mercado de capitais dos Estados Unidos (SEC).
O número máximo de ações que Musk poderia obter corresponde a 12% do capital atual da empresa, mas está condicionado a um “crescimento estratosférico” e a uma valorização de 8,5 biliões de dólares na bolsa de valores.
Este nível de valorização seria inédito e corresponderia a mais do dobro da atual maior capitalização bolsista do mundo, a campeã americana de ‘chips’ para inteligência artificial Nvidia.
A Tesla, em dificuldades há vários meses, está hoje avaliada na bolsa em pouco mais de um bilião de dólares (858 mil milhões de euros).
As vendas do fabricante sofreram nos últimos meses com uma gama envelhecida e as posições políticas do seu presidente.
Se atingir os objetivos mais ambiciosos, Elon Musk, já o homem mais rico do planeta, alcançaria um nível de património nunca visto na história e reforçaria também o seu controlo sobre o capital da Tesla, elevando a sua participação para cerca de 25%.
No entanto, o Conselho de Administração estabeleceu várias faixas no seu plano de remuneração. Por exemplo, se a capitalização da Tesla atingir dois biliões de dólares, Elon Musk receberá uma remuneração em ações de cerca de 20 mil milhões de dólares.
Este novo plano de remuneração foi “concebido para reter e incentivar” Elon Musk, de acordo com o Conselho de Administração.
A remuneração de Elon Musk na Tesla é objeto de uma batalha judicial há anos.
Um plano de remuneração anterior, validado pela Tesla em 2018 e estimado na época em 56 mil milhões de dólares, foi anulado em janeiro de 2024 por uma juíza de Delaware, acionada por um acionista.
A juíza considerou que os acionistas receberam informações “erradas” e “enganosas” sobre o Conselho de Administração e o comité de remuneração, antes da assembleia-geral em que o plano foi aprovado.
Em meados de junho de 2024, o plano de remuneração foi novamente validado pelos acionistas da Tesla. Antes de ser novamente rejeitado pela justiça de Delaware em dezembro do ano passado.
A Tesla, que recorreu da decisão, criou desde então um comité especial encarregado de estudar a questão.
“A remuneração de Elon Musk continua em um vazio jurídico, apesar de duas votações distintas dos acionistas que a apoiaram amplamente”, explicou a empresa.
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