Já tínhamos rolado um pouco com o Renault Scenic E-Tech, mas faltava a prova dos nove. Vai daí, avançamos estrada fora com este modelo para clarificar, de uma vez por todas, todos os atributos que lhe são apontados. Saiba se passou no nosso teste.
O Renault Scenic E-Tech assinalou uma nova etapa para a Renault na sua transição para a mobilidade elétrica e para o segmento dos veículos familiares. Este modelo 100% elétrico combina dimensões pensadas para o quotidiano (e para a família) com uma gama tecnológica invejável.
O modelo que levámos para a estrada, o Esprit Alpine, conta com uma bateria de 87 kWh e motor elétrico de 220 cv (125 kW), com um binário de 280 Nm, oferecendo uma velocidade máxima na casa dos 170 km/h, com caixa de transmissão automática de relação única (redutor) e tração dianteira.
A aceleração dos 0 aos 100 km/h acontece em algo como 7,9 segundos.
Há ainda outra versão, com bateria de 60 kWh e 170 cv, mais acessível e com uma velocidade máxima fixada nos 150 km/h.
Design e habitáculo
Visualmente, o Scenic E-Tech assume-se como um crossover compacto, abandonando a nomenclatura “monovolume” que acompanhou o modelo durante as gerações anteriores. O design privilegia proporções equilibradas, altura ligeiramente elevada e uma postura mais moderna, acessível a quem procura versatilidade.
A modularidade interior mantém-se como ponto forte, com o piso plano a contribuir para o espaço útil e a bagageira com volume generoso (545 litros) a permitir acomodar cargas familiares.
A ergonomia destaca-se pela colocação elevada da condução, boa visibilidade e interface tecnológica claro. O sistema multimédia “OpenR Link” está presente, bem como outras ajudas de condução, ainda que o foco não seja o luxo extremo, mas sim a usabilidade eficiente.
Conta ainda com uma bomba de calor, que ajuda a otimizar a temperatura do habitáculo e a preservar a autonomia e travagem regenerativa, permitindo recuperar energia durante a travagem para aumentar a autonomia.
Comportamento e condução
A rodar, o Scenic E-Tech revela-se extremamente competente para o dia a dia, com arranques suaves (como se espera de um elétrico), mudanças inexistentes graças à transmissão automática de relação única, e uma resposta progressiva e previsível.
A direção é leve nos contextos urbanos e oferece segurança em travagens ou troços rápidos. A bateria de 87 kWh comporta-se muito bem em circuitos mistos, ainda que numa utilização mais exigente se vejam diminuições de autonomia claras, como sucede, aliás, em todos os elétricos do mercado.
Os engenheiros da marca sublinharam que este modelo foi desenhado para oferecer um equilíbrio entre autonomia, prática diária e eficiência, mais do que para atingir máximos extremos em performance ou “ultra-autonomia”. E é mesmo isso que oferece.
Autonomia e carregamento
Em termos de autonomia, o Scenic estende-se até os 625 km WLTP e cumpre quase de forma integral.
Tem uma velocidade de carregamento de 130 kW em corrente contínua (DC) rápida, o que permite carregar de 10% a 80% da bateria em cerca de 30-37 minutos. Em corrente alternada (AC), as velocidades de carregamento são de até 22 kW (em posto público ou wallbox) para uma carga completa em aproximadamente 3h15, ou 11 kW para 6h30.
Argumentos convincentes
O Renault Scenic E-Tech surgiu num momento em que o mercado procurava opções elétricas com carácter familiar, capazes de acomodar utilizadores com necessidades reais de espaço, sem sacrificar praticidade ou acessibilidade.
Os condutores que procuram o veículo único para a família (casa, escola, viagens ocasionais) encontram nesta proposta um equilíbrio interessante entre preço, tecnologia e versatilidade.
Assim, este modelo representa uma evolução relevante para a marca e para o segmento dos elétricos familiares.
- Com motor de 170 cv, a bateria de 60 kWh, mais barata, tem um preço de entrada de 40.690 euros, com argumentos para muitos condutores.
- A versão Esprit Alpine, com 220 cv e bateria de 87 kWh, tem um preço de 51.250 euros.
A versatilidade, modularidade interior, design pensado para a família e condução elétrica eficiente, estabelecem-no como alternativa credível para quem pretende “ir além” do utilitário simples, mas não quer abdicar de racionalidade.
O Scenic não procura brilhar por extravagância. Procura ser prático, eficiente e quotidiano. E acreditamos que isso, no universo ansioso das viaturas elétricas, já é bastante.
De acordo com a Renault, o Scenic E-Tech 100% elétrico está disponível em quatro níveis de equipamento, sendo o primeiro automóvel elétrico da gama da marca a incluir o acabamento Esprit Alpine, que lhe confere um toque desportivo e estimulante.



















