O mercado automóvel europeu assistiu a uma reviravolta significativa no passado mês de outubro. Com um crescimento expressivo na venda de elétricos, marcas europeias como a Renault e a Škoda ganham terreno a passos largos, enquanto a gigante norte-americana Tesla sofreu mais uma queda histórica.
A ascensão das marcas europeias
O mercado de veículos elétricos (BEV) na Europa contrariou as tendências de abrandamento anteriores, registando um crescimento robusto de 32,9% em outubro, face ao período homólogo. Segundo os dados mais recentes da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), foram matriculadas 225 399 unidades 100% elétricas neste mês.
Este impulso foi determinante para elevar a quota de mercado anual destes veículos para os 16,4%, consolidando a transição energética no velho continente. Este é um processo iniciado há vários anos e que não irá parar, ganhando a cada mês mais força.
Renault e Škoda batem Tesla nos elétricos
No topo das preferências, a Volkswagen segurou a liderança com 24 478 unidades vendidas, um aumento de 27%. Contudo, o grande destaque vai para a performance da Škoda e da Renault. A marca checa subiu à segunda posição com um crescimento de 66%.
Já a fabricante francesa protagonizou a subida mais impressionante do top 10: um aumento de 119%, totalizando 17 143 unidades entregues. O sucesso do novo Renault 5 E-Tech, que se afirmou como o segundo modelo elétrico mais vendido do mês (9 590 unidades), foi crucial para este resultado.
Em contraste absoluto, a Tesla viveu um mês para esquecer. A marca de Elon Musk, habituada a liderar, caiu para a 13.ª posição no ranking de marcas, saindo do Top 10 europeu. O outrora líder incontestado, Model Y, caiu para o oitavo lugar na tabela de modelos, registando uma quebra de vendas de 33,6%.
O fim da era da combustão?
A análise da ACEA revela ainda um cenário mais amplo de mudança. Enquanto os híbridos (HEV) continuam a ser a motorização preferida, conquistando 34,6% do mercado, os motores a combustão tradicional perdem cada vez mais relevância. As vendas de carros a gasolina recuaram 18,3% e as de gasóleo caíram 24,5%. Estes números desenham uma nova hierarquia, onde as marcas tradicionais parecem ter encontrado a fórmula para vencer no segmento elétricos.