Volvo e Polestar pedem à UE que mantenha a proibição dos carros a combustão em 2035

Volvo e Polestar pedem à UE que mantenha a proibição dos carros a combustão em 2035

Apesar de a União Europeia (UE) querer voltar atrás na proibição da venda de carros com motor de combustão interna a partir de 2035, os diretores-executivos da Volvo e da Polestar mostraram-se contra a possibilidade.


Conforme informámos, a UE decidiu que vai permitir que os carros com motor de combustão interna continuem a ser vendidos no mercado europeu a partir de 2035. No entanto, definiu algumas condições para tal acontecer.

Se for confirmado que o motor de combustão interna só poderá sobreviver utilizando combustíveis sintéticos ou biocombustíveis, alternativas mais caras e difíceis de produzir em grande escala, esta tornar-se-á uma opção de nicho reservada a fabricantes de luxo.

Apesar de Espanha e França se terem mostrado a favor da proibição, a pressão que vem sendo exercida pela Alemanha parece que atingiu Bruxelas, uma vez que poderá por resultar numa regulamentação mais flexível do que o inicialmente previsto.

Esta flexibilização, contudo, não está a ser vista com bons olhos por alguns nomes da indústria automóvel, nomeadamente pela Volvo e a Polestar, cujos diretores-executivos sublinharam opor-se a que a Comissão Europeia recue nos seus ambiciosos planos de descarbonização.

(da esquerda) Michael Lohscheller, diretor-executivo da Polestar; e Håkan Samuelsson, diretor-executivo da Volvo. Crédito: Josefine Stenersen/ The Guardian

Volvo e Polestar consideram que proibição da UE deve manter-se

Durante uma entrevista recente ao The Guardian, o diretor-executivo da Polestar, Michael Lohscheller, afirmou que um adiamento seria uma “péssima ideia”, uma vez que uma transição posterior complicaria ainda mais a concorrência com as fabricantes estrangeiras.

Da mesma opinião é o diretor-executivo da Volvo, Håkan Samuelsson, que sublinhou a necessidade de diretrizes claras para que a indústria europeia prospere.

O executivo afirmou, também, que, sendo crucial enfrentar diretamente a concorrência, não vê motivos para enfraquecer a norma de 2035, já que ainda falta uma década.

Por sua vez, Michael Lohscheller, admitiu considerar inútil retomar o debate sobre a data da proibição, chegando mesmo a acusar a Alemanha de se agarrar ao passado, em contraste com a inovação chinesa e americana.